FR/EN

Juliana Zepka é uma artista franco-brasileira. Ela vive e trabalha em Paris.

Seu trabalho explora as dimensões espectral e memorial da imagem e do arquivo no contexto de suas políticas de reprodução, de digitalizaçãoe e de restituição. Em 2022, ao final de sua graduação no Sandberg Institute (Amsterdã), ela escreveu um manifesto sobre o anarquivo, a pedra angular de sua pesquisa artística: o estudo do arquivo por meio de suas páginas brancas, por meio do invisível, do fictício, do anônimo, do(s) esquecidos(s).


Desde 2021, ela forma uma dupla com o artista sonoro doutorando em direito Thibault Mechler. Suas práticas combinadas exploram as relações entre espaço, som e memória por meio do conceito de "paisagens sonoras". Ela também trabalha sob encomenda para conceber conteúdo visual (gráficos, web design, vídeo) para artistas, instituições culturais e associações.

Family Portrait

Trabalho em andamento

Vídeo, imagens de arquivo, narração

3 minutes

"No verão passado, minha mãe desempacotou uma caixa de fotografias de família na mesa da cozinha e eu me perguntei por que os arquivos de família são sempre mantidos em caixas. Como se fosse um caso secreto, resolvido. Ao examinar rostos que não conhecia e paisagens que não existiam mais, comecei a imaginar como os eventos poderiam ter se desenrolado para aqueles que não estavam mais lá para contá-los como realmente foram.


Family Portrait é uma reflexão sobre o status da fotografia de família como uma tentativa de preservar o que desapareceu. Arquivos pessoais e arquivos de amadores anônimos se misturam e se complementam em uma narrativa que suscita fantasia e um estranho sentimento de nostalgia por momentos vividos por outros antes de nós. Raramente reproduzidas após serem tiradas, as fotografias de família tornam-se únicas e preciosas. Nós as valorizamos por sua materialidade e suas marcas que nos lembram do efeito do tempo sobre o que sobra dos fragmentos de histórias íntimas e coletivas.